05/05/2008

TILT

Uma sociedade regida por estereótipos falsos e banais,
em detrimento dos tão aclamados ideais,
faz da realidade a que chamamos liberdade uma mera ilusão.
Enchemos o peito para dizer como somos e como os outros são,
não vemos que nos moldámos a um mundo de expectativas,
em que tudo são imagens de pessoas repetidas.
Falamos de um sonho que não queremos mais seguir,
acomodamo-nos e deixamos outros decidir,
enquanto assistimos o nosso caminho a fugir.

Denominamo-nos senhores da razão,
sem fim, erramos, e não pedimos perdão.
Rejeitamos culpas e não toleramos conselhos
daqueles por quem nos apoiamos de joelhos.
Devoramos almas de anciãos confirmados,
ao som dos seus preconceitos errados, cansados, desgastados…





by: Culpado


Este já estava há algum tempo para ser escrito... desde o tempo em que eu ando com falta de tempo.

Quem quiser que continue, quem não entender que pergunte.

3 comentários:

lapis.de.carvao disse...

...porque te autentificas como "culpado"?

culpado disse...

Culpado: sujeito que tem culpa.
Culpa está normalmente associada a um julgamento moral, a um arrependimento por algo que se fez.
No meu caso particular tenho culpa de escrever sem saber. Tenho culpa de escrever e assinar com esse nome versos que não são meus, mas sim de quem os escreveu, a ferros quentes, em mim.

Redescobrindo.
Muito poucas são as emoções novas que se descobrem nesta vida. Apenas se experimentam as mesmas coisas de maneira diferente.
Todos nos apaixonamos mais que uma vez, de maneira diferente, mas o sentimento é o mesmo…todos erramos mais que uma vez, embora com erros diferentes.
Não mudamos o verbo das nossas acções, apenas mudamos a forma como lidamos com essas acções no antes, durante e depois.
Redescobrimos novas formas de viver o mesmo.

lapis.de.carvao disse...

...diria:

redescobrimos uma nova inensidade de viver o mesmo sentimento.

"Culpado" Nunca ninguém é demasio e completamente culpado... tudo tem perdão, mesmo o maior erro, tudo tem cura, mesmo a pior das feridas...
O segredo por vezes está em aceitarmos o impossivél, como a nossa possibilidade, basta, por mais dificil que seja, tentarmos acreditar nas capacidades que temos, nao somos menos que ninguém, muito menos somos mais que os outros, somos iguais, todavia, divergimos em sentimentos, ideais, maneiras de estar...

"Culpa de escrever sem saber.Tenho culpa de escrever e assinar com esse nome versos que não são meus, mas sim de quem os escreveu, a ferros quentes, em mim."
...não és culpado! Acontece...!
Também nunca pedi, nunca quis ter esta necessidade louca de me envolver entre as letras, e no entanto, hora após hora, elas fluem, elas levam-me numa tempestade extraordinária, tenho de as libertar para me sentir de novo inocente, ingenua...faz-me bem, faz-me sentir viva.
Não gostas da sensação, da expressão inerte em ti?