28/11/2007

DO AMOROSO ESQUECIMENTO

Eu, agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?

by: Mário Quintana

Atrás de vento

Atrás de vento.
É atrás de vento que eu corro.
Se me canso?
De o não apanhar,
cada vez que o alcanço.
Recompensa de ar?
Sem esse ar eu morro,
por isso, atrás desse vento,
eu corro!
Continuar?
Enquanto força não faltar.
enquanto ninguém me parar,
enquanto precisar respirar.
Até esse vento me arrastar,
me levar a outro lugar.
...
Até eu desistir de sonhar.


by: culpado

27/11/2007

Muros

Não construo muros à medida que carrego pedras.
Se o muro existe, existe porque tu trouxeste as pedras.

by: culpado

Vives?

Como dizia o poeta
Quem já passou por essa vida e não viveu
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu
Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não
Não há mal pior do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão
Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair
Pra que somar se a gente pode dividir
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer
Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão
Quem nunca curtiu uma paixão, nunca vai ter nada, não

by: Vinicius de Moraes

26/11/2007

Poesia vs Prosa

Um mérito inegável da poesia: ela diz mais e em menor número de palavras que a prosa.

by: Voltaire

Defeitos

Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.

by: Clarice Lispector

Eternidade

Eterno, é tudo aquilo que dura uma fracção de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata.

by: Carlos Drummond de Andrade

RI

Ri-te e o mundo rir-se-á contigo...
chora e chorarás sozinho.

in: Old Boy

try

Ever tried
Ever failed

No matter

Try again
Fail again
FAIL BETTER

Noites como esta

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Escrever, por exemplo: "A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros lá ao longe".
O vento da noite gira no céu e canta.

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu amei-a e por vezes ela também me amou.
Em noites como esta tive-a em meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.

Ela amou-me, por vezes eu também a amava.
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que já a perdi.

Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho.
Importa lá que o meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.

Isso é tudo. Ao longe alguém canta.
Ao longe.A minha alma não se contenta com havê-la perdido.
Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a.
O meu coração procura-a, ela não está comigo.

A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores.
Nós dois, os de então, já não somos os mesmos.
Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei.
Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido.

De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos.
Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda.
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.

Porque em noites como esta tive-a em meus braços,
a minha alma não se contenta por havê-la perdido.
Embora seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.

by: Pablo Neruda