19/05/2008

King Nothing


Onde está a tua coroa, Rei de Nada?
Que és dono e senhor de coisa nenhuma,
tudo o que te pertence é de outros.
Fazes do meu mal a tua fortuna?

Onde está a tua coroa, Rei de Nada?
Que precisas do meu mal para teu bem.
Respiras o ar que me falta e dizes que é teu.
Queres encontrar tua imagem no espelho de alguém?

Onde está a tua coroa, Rei de Nada?
Tratas como sendo tua minha ambição.
Queres como teus os meus sonhos.
Onde está o teu reino? Teus servos onde estão?

Onde está a tua coroa, Rei de Nada?
Que te pertence, de verdade?
Não és senhor sequer da própria idade.
Onde está a tua coroa, Rei de Nada?





by: Culpado
"Quer pouco, terás tudo. Quer nada, serás livre." (Fernando Pessoa)

15/05/2008

Silêncio

Procuro silêncio para me ouvir pensar.
Aquele silêncio que grita alto o azul do mar.
Quero silêncio para escutar o que sinto,
o mesmo silêncio roubado por outro absinto.
Faça-se silêncio para escutar minha alma.
Aquele silêncio que, só por si, transmite calma.
Preciso-o como nunca, para pensar em mim.
Preciso-o agora, antes que a noite chegue ao fim.
Demando-o impacientemente. Encontro-o ensurdecedor,
como se no lugar dele existisse ainda mais dor.
Devoro-o aqui, neste sombrio canto.
Só eu e o meu silêncio, neste momento de encanto.
Fico preso nesta madrugada apaixonante.
Fico eu, eu!...e este silêncio que é minha amante.



by: Culpado

13/05/2008

Tirem-me a caneta da mão!

Nem os mais belos versos são poesia minha.
Se os escrevo, é por ti
E para ti os deixo aqui.



Desenho teus traços,
procuro-te em espaços.
Imagino-te em segredo,
apaixono-me com medo.
Quero-te com paixão,
perco toda a razão.
Refugio-me no escuro,
negando a mim mesmo que te procuro.

by: Culpado

05/05/2008

TILT

Uma sociedade regida por estereótipos falsos e banais,
em detrimento dos tão aclamados ideais,
faz da realidade a que chamamos liberdade uma mera ilusão.
Enchemos o peito para dizer como somos e como os outros são,
não vemos que nos moldámos a um mundo de expectativas,
em que tudo são imagens de pessoas repetidas.
Falamos de um sonho que não queremos mais seguir,
acomodamo-nos e deixamos outros decidir,
enquanto assistimos o nosso caminho a fugir.

Denominamo-nos senhores da razão,
sem fim, erramos, e não pedimos perdão.
Rejeitamos culpas e não toleramos conselhos
daqueles por quem nos apoiamos de joelhos.
Devoramos almas de anciãos confirmados,
ao som dos seus preconceitos errados, cansados, desgastados…





by: Culpado


Este já estava há algum tempo para ser escrito... desde o tempo em que eu ando com falta de tempo.

Quem quiser que continue, quem não entender que pergunte.